Julho, 2023 - Trabalhar com a saúde das pessoas é mais do que apenas tratar doenças. Acredito que uma parte muito importante do nosso dia a dia está em se colocar no lugar do paciente para entender as suas reais dores, dificuldades e, com isso, buscar formas de melhorar a sua vida, o seu acesso ao tratamento e a sua jornada.

O cuidar da saúde é muito integrado ao conceito de client centricity. É buscar formas de aprimorar o seu tratamento, às vezes até mesmo antes de a doença aparecer.

Recentemente li que o Daniel Ek, fundador do Spotify, decidiu investir em uma startup de saúde preventiva que usa alta tecnologia para identificar possíveis enfermidades. Chamada Neko Health, a empresa tem um scanner de corpo inteiro que funciona com inteligência artificial para detectar alterações e trabalhar a saúde de forma proativa.

Me chama a atenção porque as empresas falam muito em disrupção, inovação, avanços tecnológicos e esse pode ser um bom exemplo de como combinar tudo isso. É o olhar para o paciente antes de ele adoecer e dar informação para que ele entenda o que pode acontecer e até adotar medidas para evitar que isso aconteça.

Inovar em saúde é algo muito amplo. Passa pela descoberta de novas moléculas para tratamentos mais assertivos, com menos efeitos colaterais e mais benefícios até a forma de divulgar o novo produto. Mas, também passa pela melhoria do que já existe.

Na Novo Nordisk, por exemplo, revolucionamos o modo como a insulina era aplicada ao lançar as canetas que podiam ser transportadas de forma prática e discreta por aí. Mas não basta só colocar o produto no mercado: é preciso entender o benefício que ele traz para o paciente e buscar, incansavelmente, formas de melhorar o que já é bom.

Assim, ao longo dos anos a agulha diminuiu, o device melhorou e o caminho ainda não se encerrou porque muito ainda pode ser feito. Trabalhamos com 5D, com dados, com a colaboração de pacientes e profissionais da saúde para agregar valor aos medicamentos e também aos devices que acompanham os pacientes em sua jornada contra as doenças crônicas.

A Novo Nordisk, inclusive, firmou uma parceria estratégica com a Biocorpo Production para lançar o sensor inteligente Mallya®, que é conectado à caneta de insulina e, por meio do bluetooth, registra as informações da dose aplicada, horário etc. Essa leitura digital para as canetas incrementar a usabilidade do device e permite um registro do tratamento do paciente -- algo que ainda não foi lançado, mas que vai ajudar muito a rotina dos pacientes.

Na busca por soluções disruptivas, não estamos sozinhos e quem ganha sempre é o paciente. Soube, por exemplo, que a Apple está testando um smartwatch que leia a glicemia do sangue de forma menos invasiva, sem a necessidade de uma picadinha no dedo. É um passo importante porque melhora a rotina de quem tem diabete com o uso da tecnologia, em especial de crianças e pessoas com fobia de agulha. Parece pequeno ou simples, mas faz a diferença para quem convive com a diabetes e precisa aferir com frequência a glicemia.

É importante que as empresas olhem para o paciente em todo o seu contexto e pensem como ele, seu familiar ou cuidador. Só assim poderemos ser inovadores de verdade e fazer a diferença.

 

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/cuidar-da-sa%25C3%25BAde-um-olhar-al%25C3%25A9m-do-senso-comum-vianna-wanderley/?trackingId=ZIQLqgKfTcu4UPskRGGEDg%3D%3D

Acessado em 18/04/2023.